sábado, 30 de março de 2013 0 comentários

AUTISMO


         

       O autismo não é uma doença, mas sim um distúrbio de desenvolvimento complexo, que é definido de um ponto de vista comportamental, que apresenta etiologias múltiplas e que se caracteriza por graus variados de gravidade. Durante as manifestações clínicas dos diferentes quadros é possível observar a influência de fatores associados que não necessariamente fazem parte das características principais do autismo. Entre eles cita-se como de grande importância a habilidade cognitiva.
          Comportamentos que definem o autismo incluem déficits qualitativos na interação social e na comunicação, padrões de comportamento repetitivos e esteriotipados e um repertório restrito de interesses e atividades. Segundo Lorna Wing (Wing & Gould,1979), a partir de uma investigação feita em Camberwell, a tríade de perturbações no autismomanifesta-se em três domínios: social, linguagem e comunicação, pensamento e comportamento. 
                As dificuldades na interação social em criança autista pode se manifestar:
·         Isolamento ou comportamento social impróprio
·         Pobre contato visual
·         Dificuldade de participar de atividades de grupo
·         Indiferença afetiva ou demonstração inapropriada de afeto
·         Falta de empatia social e emocional
Com o passar dos anos muito dos sintomas podem se tornar mais suaves.
 A comunicação pode apresentar diferentes graus de dificuldades, tanto na habilidade verbal quanto na não-verbal. 
·     Algumas podem apresentar uma linguagem  imatura caracterizada por jargão, ecolalia, reversões de pronome, prosódia anormal, entonação monótona, etc.
·         Dificuldade em iniciar ou manter uma conversa apropriada
Domínio do pensamento e do comportamento:
·         Rigidez do pensamento e do comportamento
·         Fraca imaginação social
·         Dependências em rotinas
Alguns adquirem habilidades verbais , mas apresentam déficits persistentes em estabelecer conversação, por falta de reciprocidade. Uma característica é a dificuldade em compreender aspectos abstratos da comunicação, como sutilezas de linguagem, piadas ou sacarmos,  interpretar a linguagem corporal ou expressões faciais.
O autista, com seus padrões repetitivos e estereotipados de comportamento, tem resistência a mudanças, insistência em determinadas rotinas, apego excessivo a objetos específicos e fascínio com o movimento de peças, principalmente com movimentos de rotação. Muitas vezes, crianças autistas que parecem estar brincando se preocupam mais em alinhar ou manusear os brinquedos do que em usá-los para sua finalidade simbólica.

DIAGNÓSTICO
                Os critérios atualmente utilizados para diagnostica autismo são aqueles descritos no Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria (DSM-IV).


sábado, 23 de março de 2013 0 comentários

Tratamento com células-tronco abre caminho para a cura da surdez




 Cientistas da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, desenvolveram um tratamento baseado na aplicação de células-tronco para combater a surdez. O estudo, publicado no periódico científico Nature, abre um importante caminho para futuros tratamentos da deficiência.
  Com o experimento, já é possível afirmar teoricamente que "as células embrionárias podem ser empregadas para reparar um ouvido danificado", afirmou o pesquisador argentino Marcelo Rivolta, que coordenou o estudo.
  A pesquisa consistiu em induzir células-tronco embrionárias humanas a se transformarem em células auditivas. Esta primeira descoberta, segundo Rivolta, é "muito positiva", pois se trata de "uma fonte praticamente inesgotável para produzir células do ouvido sob demanda".
Numa segunda fase, o estudo procurou comprovar se as células do ouvido funcionariam quando fossem transplantadas para um animal com problemas auditivos. Os cientistas utilizaram como cobaia um gerbilo, uma espécie de roedor com um aparelho auditivo mais parecido com o dos humanos do que os ratos. 
  Quando os pesquisadores transplantaram as células progenitoras para os animais que sofreram lesões no nervo auditivo, elas substituíram os neurônios perdidos, reconectaram-se e mostraram uma recuperação funcional significativa.
O estudo ressalta que essa habilidade para restaurar a funcionalidade neuronal auditiva poderia abrir as portas para um futuro tratamento para a surdez baseado em células-tronco. Para Rivolta, a técnica poderia ter um potencial uso terapêutico em um amplo número de pacientes se for empregada em combinação com os implantes cocleares. 


Fonte: O Globo Londres
sexta-feira, 22 de março de 2013 0 comentários

Disfagia: Você sabe identificar os sintomas?




A disfagia é a dificuldade ou ausência da deglutição, ou seja, ato de engolir alimentos ou até mesmo a saliva. Pode ocorrer em diferentes fases da vida, por diversos motivos, mas costuma ser mais comum em idosos, podendo trazer sérias conseqüências à saúde.

Na disfagia ocorre um desvio do alimento ou da saliva, obstruindo parcialmente ou em alguns casos completamente as vias respiratórias. Esse desvio muitas vezes é facilitado pelo envelhecimento natural das estruturas miofuncionais envolvidas neste ato motor (lábios, língua, bochechas, palato mole, etc.).

Além do envelhecimento das estruturas, existem outras possibilidades para o surgimento deste transtorno: o acidente varcular cerebral (derrame), traumatismo craniano, doenças degenerativas (ex. Parkinson e Alzheimer), paralisia cerebral, câncer de cabeça e pescoço, próteses dentárias mau adaptadas, refluxo gastroesofágico grave e após longos períodos de entubação.

É importante destacar que a disfagia, provoca problemas emocionais, isolamento social, desidratação, desnutrição, pneumonia e risco de  morte por asfixia.

Durante a alimentação existem sinais que podem estar indicando desconforto durante a alimentação. Fique atento a qualquer dos sinais abaixo:

Tosse

“Voz molhada”: é uma alteração na voz do paciente que indica secreção nas cordas vocais. É a voz que costuma ocorrer após o engasgo.

Dificuldades respiratórias: perder o fôlego, respirar mais profundamente, respiração ofegante, parada respiratória e pneumonia de repetição.

Sonolência: apresentada durante a alimentação. Fazendo com que o paciente modifique o seu grau de atenção.

Sudorese: suor intenso durante a alimentação.

Perda de Peso

Dor ao engolir. 


O fonoaudiólogo é o profissional que atua na reabilitação da disfagia. Após o diagnóstico ocorre o tratamento que é fundamental e evita complicações respiratórias, nutricionais, internações prolongadas, inclusive diminui a exposição a infecções hospitalares.


Causas:
As causas da disfagia são complexas mas abaixo citaremos algumas prováveis:
Acidente vascular encefálico
Paralisia cerebral
Traumatismo crânio encefálico
Câncer de laringe
Tumor cerebral
Esclerose lateral amiotrófica
Esclerose múltipla
Alzheimer
Parkinson
Distrofias neuro musculares
Durante recuperação pós cirúrgica

Ao perceber esses sinais ou,então, outros que não são comuns, informe seu médico e o fonoaudiólogo. Na presença de qualquer dúvida, ou qualquer acontecimento que não julgue normal, o fonoaudiólogo deverá ser informado e questionado.




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Síndrome de Down


Antes de qualquer consideração a respeito da Síndrome de Down, devemos destacar o quanto é importante a intervenção precoce dos profissionais de saúde às crianças portadoras da Síndrome de Down (SD).

Nos mais diversos estudos, no que se refere ao desenvolvimento intelectual, tem se considerado a deficiência mental como uma das características mais comuns da SD, trazendo como conseqüência um atraso em todas as áreas do desenvolvimento.

A disfunção cognitiva observada nestes pacientes nos mostra prejuízos particularmente evidentes nas áreas de memória seqüencial auditiva e visual, bem como da linguagem e da fala, em particular.

Nos primeiros anos de vida, há um declínio no QI, quando seria o ponto máximo deste acontecimento, tornando-se mais tarde menos evidentes. Este declínio já pode ser observado a partir dos seis meses de idade, quando as demandas cognitivas tornam-se mais complexas. Isto explica a necessidade dos atendimentos e tratamentos precoces.

Com bastante freqüência podemos observar perda auditiva nos indivíduos com SD, além dos problemas lingüísticos e fonológicos. A melhora na função cognitiva pode ser obtida através de procedimentos cirúrgicos ou pelo uso de aparelhos de amplificação, que podem melhorar de forma muito significativa a atenção auditiva e o desenvolvimento da fala e da linguagem como um todo.

O trabalho do Fonoaudiólogo com o paciente com SD é muito vasto e necessário para um desenvolvimento global mais qualitativo. Isto inclui a estimulação precoce a partir dos primeiros meses de vida; a estimulação do desenvolvimento da linguagem e fala; do desenvolvimento cognitivo para melhor aprendizagem futura; do desenvolvimento psicomotor; estimulação da motricidade orofacial devido aos desvios observados. As dimensões de mandíbula, maxila e palato são menores, tendo, porém, a altura do palato normal (comprimento e largura menores). Podemos observar protrusão da língua, fenda palatina, boca entreaberta e uma impressão de que a língua parece ser maior do que o normal, em alguns casos chegando à macroglossia. Isto representa grande dificuldade adicional às funções respiratória, de mastigação, deglutição e também na fala (articulação).

Outra parte importante do trabalho da Fonoaudiologia se faz com relação à apnéia do sono, condição especialmente comum na SD, que ocorre devido tanto a fatores obstrutivos quanto centrais. O que favorece: a hipotonia dos músculos da faringe, a hipotonia da língua, o tamanho reduzido das estruturas da cavidade oral e da faringe combinados com as infecções repetidas das vias aéreas que levam à hipertrofia das amígdalas e adenóides. O palato é estreito e observa-se micrognatia e hipoplasia da região média da face. A eficácia do trabalho Fonoaudiológico se dá com o fortalecimento das musculaturas e conseqüente abertura da passagem do ar na região faríngea.

O Fonoaudiólogo atenderá a criança com SD e também a sua família e para os demais profissionais que lidam com o paciente, os princípios do tratamento devem estar bem claros. Todos devem estar cientes, desde muito cedo, que a criança com SD deseja se comunicar e que apesar de suas dificuldades, certamente irá conseguir.

As possibilidades para o tratamento são inúmeras, deixando bem claro que o plano de tratamento deverá ser embasado numa boa avaliação e no estabelecimento de objetivos, tudo com um objetivo maior: a facilitação da integração social.





SCHWARTZMAN, José Salomão e col.. Síndrome de Down. São Paulo: Mackenzie, 2003.


Por: Flávia Paiva
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Qual o Papel do Fonoaudiólogo Dentro da UTI Neonatal?




A Fonoaudiologia é uma ciência que estuda os distúrbios da comunicação humana, onde a intervenção terapêutica mais conhecida é a clínica, grande parte dos pacientes apresenta distúrbios de fala, linguagem e/ou audição.

Quando a atuação fonoaudiológica hospitalar é mencionada, muitas dúvidas e questionamentos surgem:

o que o fonoaudiólogo faz dentro dos hospitais? Ensina a falar? Reabilita e adapta próteses auditivas? E dentro de uma UTI neonatal? O que fazer com bebês tão pequenos e sensíveis como os prematuros? O que fazer com neonatos que apresentam mal formações orofaciais, como alimentá-los?

A intervenção fonoaudiológica dentro das Unidades de Terapia Intensiva Neonatal, vem ganhando seu espaço e atualmente é considerada indispensável nas equipes interdisciplinares.

A primeira avaliação é realizada com o bebê ainda dentro da incubadora, são avaliadas a presença dos reflexos orais, força e ritmo da sucção, coordenação entre sucção- respiração e deglutição, condições do neonato em realizar a função de alimentação e qual meio será utilizado para tal, ou seja, se haverá estimulação oral pré e/ou peri gavagem ou se existe possibilidade de alimentação direta na mãe, enfatizando o estímulo ao aleitamento materno e complementação alimentar via oral com uso de copo.

Durante a intervenção são realizadas massagens extra-orais e estímulos intra-orais, estes tem como objetivo coordenar as funções do neonato, para que o mesmo consiga realizar alimentação segura e obter alta hospitalar com autonomia alimentar.

Desde o início da internação na UTI neonatal, a conduta mais freqüente é o uso de sonda para o momento de alimentação até que o bebê tenha condições de iniciar a fonoterapia.

Alguns critérios são seguidos para que a intervenção não prejudique a evolução clínica do bebê dentro da unidade e é indispensável que o fonoaudiólogo mantenha uma um bom relacionamento com a equipe interdisciplinar, tornando assim a atuação harmônica e eficaz.

Imagem: Net
 
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